AS PAULITEIRAS - PALOTEO - DANÇA DOS PAUS
No seguimento do que escrevi no post anterior venho hoje escrever o que prometi.
A páginas 461 e 462 do « Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas » 1º. Volume, 1984 – escreve António Maria Mourinho: - Em 1953, o saudoso amigo, falecido há pouco tempo e distinto folclorista e musicólogo espanhol, Dr. Manuel Garcia Matos que foi creio que até à morte director do Instituto de Musicologia, adstrito ao Instituto Superior de Investigaciones Científicas de Espanha, disse-me em Madrid, que era muito difícil estabelecer definitivamente a origem desta dança, advertindo-me no entanto que ela seria, no início, «uma dança de fertilidade». (Ainda hoje, nas nossas festas e nas de Espanha, é uma dança das Festas das Colheitas e a contribuição para as mesmas festas é dada em géneros: cereal e vinho). O Dr. Garcia Matos, em « Lírica Popular de Alta Estremadura, (folk-lore musical, coreográfico e costumbrista)» de 430 páginas, com 436 documentos musicais inéditos, várias lâminas em foto-gravuras, muitos desenhos e gráficos diversos, faz, entre outras coisas, uma análise muito cuidada desta dança (danza de palos), em toda a sua manifestação. Diz que ela teria a sua origem na dança dos Curetes e Curibantes da Tartésia, dançada por homens em trajo militar e também por mulheres1, ao som do aulo (o aulo do grego aulós, era a flauta de dois tubos, ou melhor, de tubo duplo entre os gregos) e que nasceu com o carácter religioso que ainda hoje mantém. – A página 458, do Cancioneiro já citado, António Maria Mourinho, em nota de rodapé dá-nos ainda esta indicação: Em 1949, vimos em Madrid um grupo feminino de Villares de la Reina, perto de Salamanca, composto de raparigas belissimamente vestidas de charras (camponesas salamantinas), de saias e jaqués e aventais profusa e ricamente bordados de vidrilhos e lantejoulas com penteados muito belos e curiosísimos e o pescoço e o peito adornados de grandes cordões de cordas filigranadas e douradas. Em Maio de 1957, encontramo-las de novo em Madrid, no mesmo grupo, e vimos mais um grupo de Valladolid, composto de raparigas vestindo trajos muito brancos guarnecidos de rendas à maneira de túnicas, com banda de seda colorida a tiracolo, tudo parecendo restauração recente. Dançavam uma mourisca MUITO ESPECTACULAR com muita destreza e graça. Também nós vimos vários grupos de raparigas, quer em Espanha, quer em Portugal. Sendo de realçar os grupos de Bemposta e de Valcerto, além do nosso lindo grupo de Miranda.
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