PAULITEIROS - PALOTEO - DANÇA DOS PAUS
Pauliteiras de Miranda
Muito se tem especulado sobre se é correcto ou não haver grupos de pauliteiras.
Muitas são as teorias sobre a dança dos paus.
É hábito os estudiosos opinarem sobre o assunto e para isso servem-se do que muito bem entendem para defenderem as suas posições.
Mas, que melhor fonte que aquela que deita água da nascente?
A dança, os dançadores e dançadeiras são documentos vivos. Não é por acaso que usam determinadas roupas ou instrumentos, não é por acaso que mantêm os vários rituais na dança, não é por acaso que há grupos de rapazes e raparigas, não é por acaso que dançam em determinadas festas e épocas do ano, não é por acaso que mantêm as mesmas tradições e que até a música e a letra de muitos “lhaços” é semelhante, por toda a parte onde a dança se mantém.
Se há grupos de rapazes e de raparigas em várias localidades da Terra de Miranda e em todo o Norte de Espanha, não é só porque um qualquer se lembrou de fazer um grupo de raparigas.
Grupo de Alija del Infantado (León)
Se isso assim fosse, tal grupo manter-se-ia por algum tempo, mas não perduraria no tempo e em tantos locais, como acontece com os grupos de pauliteiras que actualmente existem.
Há até grupos mistos.
Se há estes grupos é porque sempre os houve desde que a dança existe.
Para mim, como pauliteiro, bastar-me-ia este raciocínio, se não teria que pôr em causa tudo o que gira em volta da dança, desde os trajes às músicas e letras, desde as formas de dançar aos rituais próprios da dança e que só quem foi ou é pauliteiro sabe e compreende.
Um pauliteiro
Nota: No próximo texto deste blog e para descanso dos que se preocupam com justificações para mestrados e doutoramentos apresentarei o que a respeito das pauliteiras escreveu um credenciado estudioso.
ACTUAÇÂO NO BARROCAL DO DOURO
A actuação de grupos de pauliteiras na Terra de Miranda não é tão recente como muitos julgam.
Éra até uma prática comum em algumas aldeias do concelho de Mogadouro.
Mas não é intenção fazermos história neste momento, mas fá-lo-emos noutra ocasião com mais profundidade e pormenor.
Quero aqui deixar um testemunho que justifica muito da tradição da dança das pauliteiras.
Quando não se conseguiam rapazes suficientes dançavam raparigas e houve mesmo ranchos mistos.
O que aconteceu dia 21 de Julho de 2007 foi um testemunho real disso mesmo.
Como no Verão os grupos de rapazes têm solicitações de todo o mundo. Ainda bem que Miranda tem as suas pauliteiras. Pois já começam a ser solicitadas para vários festivais e actuações em Portugal e no estrangeiro, mas não ainda com a regularidade dos grupos de rapazes, mas em breve a igualdade chegará também.
Um grupo numeroso de carros do Clube Mini Portugal visitou o concelho e vir a Miranda sem ver os pauliteiros seria como ir a Roma sem ver o Papa.
Sabendo da actuação das pauliteiras, na festa de Barrocal do Douro, foi só contactar a comissão de festas e as pauliteiras, que prontamente se disponibalizaram e foi-lhes proporcionado um momento , como foi expressão de muitos dos sócios do clube, que com familiares eram mais de 100 pessoas: « ficamos maravilhados, não só actuaram muito bem como foi diferente e deu para ver que afinal a dança dos paus é ainda mais bonita dançada pelas pauliteiras ».
Também adoraram ver um grupo tão jovem a tocar como verdadeiros profisionais.
A cultura está viva no nosso concelho e não é preciso que pseudo-entendidos venham à procura de protagonismo e de subsídios para ocupar o nosso espaço, porque temos muita gente que tem a nossa cultura no sangue e consegue fazer coisas maravilhosas.
Bem Hajam pauliteiras de Miranda.
Fotos em www.dropshots.com/jalmendra
Almendra
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